Leve a sua máquina de férias!
O Verão está aí e não há altura mais perfeita para não dar descanso à sua máquina fotográfica. Descubra algumas dicas essenciais para fazer das suas férias uma verdadeira experiência fotográfica.
Estudar antes do teste!
Estudar o local de destino do ponto de vista fotográfico, antes de sair de casa, pode representar a diferença entre estar no local certo à hora certa ou simplesmente estar no local errado independente da hora do dia… ou da noite. É uma boa ideia fazer um pouco de pesquisa sobre os locais que vai visitar para saber o que esperar e, em especial, o que não pode perder. Sites como o flickr, alamy e o Google earth são ferramentas essenciais para visualizar o que o espera no local de destino. Este estudo prévio é ainda mais importante quando a sua viagem é curta e o tempo está contado. Saber que locais quer mesmo fotografar pode salvá-lo(a) da frustração de chegar a casa e perceber que não teve tempo para nada. Marque no seu plano de viagem um ou dois sítios que quer mesmo fotografar e não saia de lá sem o fazer, mesmo que para isso tenha que sacrificar outros locais de menor relevância.
Chegue perto
Quer esteja numa de fotografar animais, vegetais ou minerais, que é como quem diz, seres humanos, vida animal, paisagem natural ou humanizada, não deixe de chegar perto e de encher o visor da sua câmara com o motivo a fotografar. Se algo é importante o suficiente para merecer ser fotografado, o menos que pode fazer é chegar perto e fotografá-lo com a atenção devida. Não deixe que as suas fotos sejam invadidas por elementos distrativos que apenas lá estão porque está cansado demais para dar um passo em frente. Como dizia Capa, “se a sua foto não é boa o suficiente é porque não estava suficientemente perto.”
Animado vs Inanimado
Inclua pessoas nas suas fotos de monumentos e arquitetura. Não, não estou a falar do típico retrato em frente da Torre Eiffel, mas sim de dar um sexto sentido às suas fotos de paisagem humanizada. Monumentos e arquitetura são alguns dos cenários mais fotografados em férias e incluir pessoas nessas fotos permite não só dar escala aos edifícios e ajudar a decifrar dimensões a quem está a viajar através das suas fotos, mas também a humanizar algo que é normalmente cinzento e frio. Empreste sentimentos a todas essas pedras!
Perguntar não ofende!
Quantas vezes já lhe apeteceu fazer um retrato de alguém ou de alguma interação humana que o(a) apaixonou? E de fotografar um monumento do edifício em frente? Não tenha medo de perguntar se pode. Estou certo que ficará surpreendido com a quantidade de sim’s que vai receber. Não se deixe abalar pelos “nãos”, pois essa resposta já tem garantida à partida. Um sorriso e um acenar com a câmara é por vezes tudo o que basta para conseguir a permissão que pretende. E não se esqueça de partilhar as fotos com os seus modelos, quer seja através do LCD da sua câmara no momento, quer seja pela promessa do envio posterior das fotos que acaba de tirar. O importante é que partilhe a sua paixão e que fotografe de forma apaixonada. Se tiver uma atitude positiva, dificilmente terão um outro tipo de atitude consigo.
Acessórios imprescindíveis
Há acessórios que são tudo menos dispensáveis, mesmo em viagem. Se não quer levar o seu tripé que pesa toneladas leve um mais pequeno e mais leve. Mas não o deixe que o colocar na mala. Pode ser a diferença entre poder fotografar e não poder. Se o seu género de eleição é a paisagem natural e pretende fotografar às horas do dia em que os outros estão ainda a dormir ou a jantar, então o tripé é mesmo para viajar consigo. Os filtros, em especial os de densidade neutra e polarizador são também excelentes companhias quando em viagem. Se os primeiros permitem alongar o tempo de exposição para capturar água em movimento ou para transformar uma praça cheia de veraneantes num local deserto, o segundo permite-lhe dar mais vida aos céus salpicados de nuvens ou para fazer desaparecer os reflexos dos vidros que se colocam entre si e as cenas a fotografar. E não se esqueça do verdadeiro protetor da sua lente, o para-sol.
Simplificar é a solução
Quando estamos em férias, em especial se visitamos um local pela primeira vez, é fácil ficarmos deslumbrados e querermos fotografar tudo e ainda mais. Este modus operandi nada tem de errado e a minha recomendação é que fotografe mesmo muito e com grande frequência. Mas isso não significa que não cuide as suas composições. Cada uma delas. Tente não incluir muita coisa na imagem. Simplificar é umas das regras fundamentais da composição fotográfica e disciplinar-se neste sentido enquanto está de férias é um ótimo exercício para evoluir a sua fotografia. Se na sua foto existem mais de 3 elementos essenciais, está na hora de simplificar. Quanto mais simples forem as suas fotos, mais fácil será perceber porque fez determinada foto e o que está a tentar comunicar com ela. E mais fácil será para quem as vai ver depois perceber por onde andou e o que está a tentar mostrar.
Destino: Luz
Fotografar ao nascer e por do sol pode significar ter de se levantar e jantar a horas impróprias. Mas pode também significar trazer das suas férias uma recordação singular e irrepetível. A melhor luz para se fotografar, quer seja a cidade ou a natureza, está contida no intervalo que medeia uma hora antes e depois da alvorada e ocaso e umas duas horas depois do sol nascer ou antes do sol se por. Se só puder fotografar durante um par de horas durante o dia, escolha esse intervalo. Nomeadamente, se decidir levantar-se antes do sol nascer, enquanto quem viaja consigo está a dormir, terá tempo para desfrutar dos locais de forma serena e com a melhor luz e ainda voltar a casa com pão fresco a tempo do pequeno almoço.
Prepare-se para mudanças de plano frequentes
E se quando chegar ao local com que sempre sonhou e do qual viu 1000 imagens antes de partir algo estiver errado? E se o lago estiver seco ou se a chuva teimar eu não parar? É preciso estar preparado para mudanças de planos repentinos. Pode preparar-se em casa e levar destinos alternativos ou simplesmente pensar diferente e tentar fazer outro tipo de fotografia. Se não consegue fotografar a grande vista, porque não procurar detalhes para fotografar? O importante é que mantenha o mesmo espírito de fotografar com paixão e qualidade. Outra dica importante é não planear a visita a muitos locais num só dia, nem tentar cobrir uma grande área. Assim, se algo acontecer, tem tempo para esperar pela melhor luz ou para encontrar algo perto na zona para fotografar com calma. E não se esqueça, para conseguir as melhores imagens, vai ter de colocar algum esforço para as conseguir. Elas não vão parar ao seu cartão de memória por acaso…
Aposte na diversidade
Como fazemos questão de dizer nos nossos workshops de viagem, está autorizado a fotografar de tudo quando está de férias. Retratos, paisagem natural, paisagem humanizada, arquitetura, quotidiano das pessoas, fotografia de rua, detalhes… enfim, qualquer cenário, desde que o(a) apaixone, deve ser fotografado. O importante é que o faça com qualidade. O meu conselho é que faça primeiro todos os “postais” que tem de fazer. Se está em frente ao Monte Branco, à Torre de Londres, ou a outro ícone qualquer, é importante que grave no cartão de memória da sua máquina o obrigatório postal. Isto não quer dizer que depois não puxe pela sua criatividade e que depois parta à descoberta desses mesmos ícones de forma mais pessoal. Mas garanto-lhe que se não fizer a foto da “praxe” primeiro se vai arrepender para sempre… Outro conselho que lhe dou é que jogue consigo mesmo um jogo fotográfico. Escolha um tema que o(a) apaixone e usa a sua câmara para o jogar. Escolha uma cor, um tema, uma técnica, qualquer coisa e subordine algumas das suas fotos a esse tema. No fim da viagem, para além das fotos “normais”, terá uma galeria mais pessoal para contar a sua história dessa viagem.
Verifique a sua checklist antes de sair de casa
Por fim, não saia de casa sem verificar que leva tudo. Como é óbvio, não se pode esquecer do bilhete de avião e dos documentos legais de identificação, dos óculos de sol e do protetor solar. Mas no que diz respeito a material fotográfico, a minha recomendação é que leve tudo o que realmente vai precisar e o que pensa que pode vir a precisar. Normalmente, se pensa que vai precisar é porque vai mesmo. A lista de material é afinada de viagem para viagem, uma vez que há coisas que sentimos falta e não vamos querer deixar em casa novamente e há outras que nunca usamos e que é desta que ficam a guardar a casa. Fundamental é garantir que leva:
- Vários cartões de memória: não ponha os ovos todos no mesmo cesto. Mais vale levar 4 cartões de 2 gigas do que um de 8. Imagine o que aconteceria se o único cartão que leva consigo se avariar ou se perder…
- Duas baterias. Não imagina como gastamos energia durante as férias. E como a luz está mais bonita ao fim do dia, nada será mais frustrante do que chegar a essa altura e não poder fotografar por falta de bateria. E não se esqueça do carregador e de verificar a voltagem no local de destino. Se necessário leve consigo um adaptador;
- Pano de limpeza, filtros, um disco de backup ou o portátil e um bloco de notas;
- As lentes que mais gosta de usar (deixe em casa as que usa uma vez por ano);
- GPS previamente carregado com os locais que quer fotografar;
- Tripé.
Agora, é só pegar na sua máquina e partir à aventura. Boas férias!
é raro ver alguém com a capacidade do Luís partilhar estas dicas com os leitores que querem aprender. Obrigado, Luís, mande mais!
Já tinha lido, hoje não fui à praia e li novamente estas Dicas do Luís, agradeço-te muito por nos estares sempre a relembrar do que necessitamos. Abraço e as Melhores Férias do Mundo com a tua Família são os meus sinceros desejos.